Os medicamentos genéricos são uma das grandes inovações das últimas décadas no acesso à saúde. Desde que começaram a ser disponibilizados ao público, tornaram-se uma alternativa mais acessível e segura aos medicamentos de marca, ajudando milhões de pessoas a tratar doenças crónicas e agudas sem comprometer o orçamento familiar.
No entanto, apesar da sua popularidade crescente, ainda existem muitas dúvidas e desconfianças em torno dos genéricos: são realmente tão eficazes quanto os de marca? Porque são mais baratos? Têm os mesmos efeitos? E são sempre a melhor escolha?
Neste guia completo sobre medicamentos genéricos, vamos esclarecer todas essas questões. Vamos explicar o que são, como são produzidos, quais as suas vantagens e como identificá-los na farmácia. Com linguagem simples e baseada em evidência, este artigo foi pensado para ajudar o leitor a fazer escolhas informadas e conscientes no que diz respeito à sua saúde e ao seu tratamento.
O Que São Medicamentos Genéricos?
Os medicamentos genéricos são produtos farmacêuticos que contêm o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, que um medicamento de referência (ou de marca), já aprovado e com patente expirada. Isto significa que têm efeitos terapêuticos equivalentes, podendo ser usados como substitutos seguros e eficazes.
Definição Legal e Técnica
Segundo o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) e a Organização Mundial da Saúde, um medicamento genérico é:
“Um medicamento com composição qualitativa e quantitativa idêntica ao medicamento de referência, com bioequivalência demonstrada, e fabricado segundo os mesmos padrões de qualidade.”
Ou seja, para ser autorizado, o genérico tem de provar em ensaios rigorosos que atua no organismo da mesma forma e com o mesmo efeito clínico que o medicamento original.
Como São Diferentes dos Medicamentos de Marca
Apesar de terem o mesmo princípio ativo, os medicamentos genéricos e os de marca podem diferir em alguns aspetos:
Aspeto | Genérico | De Marca |
---|---|---|
Nome comercial | Geralmente o nome do princípio ativo (ex: Paracetamol) | Nome exclusivo e registado (ex: Ben-u-ron) |
Preço | Mais baixo | Mais elevado |
Excipientes | Podem ser diferentes | Originais da marca |
Embalagem | Simples e padronizada | Marca visível e design próprio |
Publicidade | Não fazem | Podem fazer publicidade |
A História dos Medicamentos Genéricos
A ideia de medicamentos genéricos surgiu da necessidade de reduzir os custos de saúde e garantir acesso universal a tratamentos eficazes, especialmente após o fim da proteção por patente dos medicamentos de marca.
Anos 1980-1990: generalização do conceito nos EUA e na Europa
2003: início da dispensa de medicamentos genéricos em Portugal
Hoje: Portugal é um dos países europeus com maior taxa de utilização de genéricos, especialmente em medicamentos para hipertensão, colesterol, antibióticos e antidepressivos
Desde então, os genéricos têm sido essenciais para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao mesmo tempo que beneficiam diretamente os utentes, permitindo tratamentos eficazes a preços mais acessíveis.

Como São Produzidos os Medicamentos Genéricos
A produção de medicamentos genéricos obedece a normas rigorosas de qualidade, segurança e eficácia. Embora não exijam o mesmo número de ensaios clínicos que os medicamentos de marca, os genéricos têm de demonstrar bioequivalência e cumprir os mesmos critérios de fabrico exigidos pelas autoridades de saúde.
O Princípio Ativo e a Bioequivalência
O princípio ativo é a substância responsável pelo efeito terapêutico do medicamento. Nos genéricos, ele é exatamente o mesmo que no medicamento original — em dose, forma e via de administração.
Para ser aprovado, o medicamento genérico tem de demonstrar bioequivalência, ou seja:
Ser absorvido pelo organismo na mesma velocidade e na mesma quantidade que o original;
Produzir o mesmo efeito terapêutico, com a mesma duração e intensidade.
Estes dados são obtidos em ensaios de biodisponibilidade, comparando o genérico com o medicamento de referência em voluntários saudáveis.
A bioequivalência é o critério-chave que garante que o genérico funciona da mesma forma que o original.
Processo de Aprovação pelas Autoridades de Saúde
Os medicamentos genéricos são avaliados e aprovados por agências reguladoras nacionais e europeias, como:
Infarmed, em Portugal
Agência Europeia de Medicamentos (EMA)
Agência Europeia de Medicamentos Genéricos (EGA)
O processo inclui:
Avaliação do princípio ativo
Garantia de bioequivalência
Controlo da estabilidade do produto
Verificação da qualidade da fábrica e do processo produtivo
Análise da rotulagem e instruções de uso
O tempo de aprovação pode variar, mas só depois de todos os critérios serem cumpridos, o medicamento pode ser comercializado.
Qualidade, Segurança e Controlo Laboratorial
Ao contrário do que muitos pensam, os medicamentos genéricos não são “cópias baratas”, mas sim alternativas equivalentes, sujeitas a:
Boas Práticas de Fabrico (GMP)
Controlo de qualidade rigoroso em cada lote produzido
Inspeções regulares às fábricas por parte das autoridades
Farmacovigilância ativa, monitorizando possíveis reações adversas
Além disso, o Infarmed publica listas atualizadas de medicamentos genéricos autorizados, o que garante transparência e confiança ao consumidor.
Os medicamentos genéricos são produzidos com o mesmo rigor técnico e legal que os medicamentos de marca. A única diferença está na ausência de patente e no modelo de negócio, o que permite reduzir o custo, sem comprometer a qualidade.
Medicamentos Genéricos vs. Medicamentos de Marca
Uma das dúvidas mais frequentes dos consumidores é: qual é a diferença real entre um medicamento genérico e um medicamento de marca? Será que são realmente iguais ou há perdas de qualidade e eficácia? A resposta está nos detalhes técnicos, legais e comerciais que vamos explorar nesta secção.
Diferenças nos Excipientes e Embalagem
Embora o princípio ativo seja o mesmo, os excipientes — substâncias usadas para dar forma, cor, sabor ou estabilidade ao medicamento — podem variar entre o genérico e o original. Isso não afeta a eficácia, mas pode justificar pequenas diferenças na:
Cor ou tamanho do comprimido
Sabor (no caso de xaropes ou soluções)
Velocidade de dissolução (sem alterar a absorção final)
Também a embalagem é diferente:
Nos genéricos, é geralmente mais simples e padronizada
Nos de marca, há maior personalização e marketing visual
Apesar disso, o conteúdo terapêutico mantém-se igual.
Eficácia Terapêutica: São Realmente Iguais?
Sim. Os medicamentos genéricos têm a mesma eficácia terapêutica que os de marca. A bioequivalência exigida por lei garante que:
A concentração no sangue atinge o mesmo nível
O efeito clínico é o mesmo, com os mesmos resultados esperados
A segurança e os efeitos secundários também são equivalentes
Estudos internacionais e nacionais (ex: Infarmed, EMA, FDA) confirmam que não há diferenças significativas entre genéricos e medicamentos de marca em termos de eficácia e segurança.
Preço e Acessibilidade: Por Que São Mais Baratos?
Os medicamentos genéricos são significativamente mais baratos por várias razões:
Não envolvem custos de investigação e desenvolvimento, já que a fórmula foi criada pela marca original
Não têm campanhas de marketing dispendiosas
A concorrência entre fabricantes de genéricos baixa o preço de mercado
O Estado regula o preço dos genéricos, tornando-os acessíveis
Em Portugal, os genéricos podem ser até 60% mais baratos do que os medicamentos de referência.
Os medicamentos genéricos têm o mesmo efeito clínico, mas são mais acessíveis porque o seu desenvolvimento é mais económico. A confiança nos genéricos deve basear-se em evidência, não em preconceitos.
Benefícios dos Medicamentos Genéricos
A utilização de medicamentos genéricos traz vantagens não só para o doente individual, mas também para o sistema de saúde no seu todo. Além de serem economicamente acessíveis, os genéricos promovem a equidade no acesso à saúde, incentivam a concorrência no setor farmacêutico e ajudam a reduzir a despesa pública com medicamentos.
Poupança para o Utente e para o Serviço Nacional de Saúde
O benefício económico é o mais imediato e visível:
Para o utente: preço mais baixo na farmácia, muitas vezes com menor copagamento (ou comparticipação maior)
Para o SNS: redução do custo por tratamento, permitindo tratar mais pessoas com os mesmos recursos
A poupança acumulada é significativa e tem sido fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde público
💡 Segundo o Infarmed, os medicamentos genéricos pouparam ao SNS português milhares de milhões de euros desde a sua introdução.
Aumento do Acesso a Tratamentos Essenciais
Antes dos genéricos, muitas pessoas não conseguiam manter o tratamento contínuo por razões económicas. Com a redução dos preços, mais utentes passaram a:
Cumprir a medicação prescrita até ao fim
Tratar doenças crónicas de forma contínua (ex: hipertensão, colesterol, diabetes)
Ter acesso a medicamentos antes inacessíveis
Isso traduz-se em melhor saúde pública, menor número de hospitalizações e maior adesão terapêutica.
Incentivo à Concorrência e à Inovação Farmacêutica
Ao promover a concorrência entre laboratórios, os genéricos:
Forçam os preços a descer, mesmo dos medicamentos de marca
Incentivam a inovação: as farmacêuticas de marca, para se manterem competitivas, investem mais em novas moléculas e terapias
Estimula o desenvolvimento local, com empresas portuguesas e europeias a produzir genéricos de qualidade
Os medicamentos genéricos representam uma solução eficaz, segura e sustentável, que beneficia o doente, o Estado e a sociedade como um todo. Usá-los é também um ato consciente e solidário com o sistema de saúde.
Mitos e Verdades Sobre Medicamentos Genéricos
Apesar de estarem amplamente disponíveis e recomendados pelas autoridades de saúde, os medicamentos genéricos continuam rodeados de mitos e desinformação. Muitas vezes, esses receios nascem de mal-entendidos sobre a sua composição, fabrico ou eficácia.
Nesta secção, vamos esclarecer as dúvidas mais frequentes e separar os factos da ficção.
“Os genéricos são menos eficazes” — ❌ Mito
Todos os medicamentos genéricos têm de comprovar bioequivalência com o original, o que significa que funcionam da mesma forma. A eficácia é clinicamente equivalente, mesmo que o nome ou aparência sejam diferentes.
“Têm mais efeitos secundários” — ❌ Mito
Os efeitos secundários dependem do princípio ativo, que é o mesmo nos dois tipos de medicamento. Em alguns casos, os excipientes (substâncias complementares) podem variar, e isso pode influenciar a tolerância em pessoas muito sensíveis ou alérgicas. Mas a segurança geral é igual e monitorizada pelas mesmas entidades.
“Demoram mais tempo a fazer efeito” — ❌ Mito
A velocidade de absorção no organismo é um dos critérios avaliados na aprovação de um genérico. Para ser autorizado, tem de provar que atua no mesmo tempo e com a mesma intensidade que o de marca.
“São de qualidade inferior” — ❌ Mito
Os medicamentos genéricos são produzidos segundo as mesmas normas legais e industriais dos de marca. A qualidade, estabilidade e controlo laboratorial são obrigatórios. A única diferença está no preço e na marca, não na qualidade.
“Só funcionam em algumas doenças” — ❌ Mito
Os genéricos são usados em quase todas as áreas da medicina, desde infeções respiratórias e hipertensão até à depressão ou diabetes. São eficazes em doenças agudas e crónicas, desde que aprovados para esse fim.
Os mitos sobre os medicamentos genéricos não têm base científica. Eles são tão seguros e eficazes quanto os de marca — e são uma ferramenta essencial para tornar a saúde mais acessível.
Como Identificar um Medicamento Genérico na Farmácia
Com tantas opções disponíveis nas prateleiras e balcões das farmácias, é natural que surjam dúvidas sobre como saber se um medicamento é genérico. Apesar de serem equivalentes aos de marca, os genéricos têm características específicas que os tornam fáceis de identificar — desde que saibas o que procurar.
Embalagem, Nome, Código e Preço
Um medicamento genérico distingue-se por:
Nome
O nome do genérico corresponde normalmente ao nome do princípio ativo, seguido da dosagem e da forma farmacêutica.
Exemplo: Paracetamol 500 mg comprimidos
Embalagem
Embalagem mais simples, com design padronizado
Sem logótipos de marcas, cores chamativas ou campanhas de marketing
Preço
Mais baixo do que o medicamento de referência
O valor da comparticipação é geralmente mais vantajoso
Código
O número de autorização de introdução no mercado (AIM) está indicado, tal como nos medicamentos de marca
Este código pode ser consultado no site do Infarmed
Diferença entre “Nome Genérico” e “Nome Comercial”
O nome genérico é o do princípio ativo: Amoxicilina, Ibuprofeno, Atorvastatina
O nome comercial (ou de marca) é aquele atribuído pelo laboratório original: Clamoxyl, Brufen, Lipitor
Na farmácia, o farmacêutico pode apresentar-te a opção genérica pelo nome da substância ativa, mesmo que estejas habituado ao nome da marca.
Dica útil: Pede sempre para ver a lista de alternativas genéricas quando fores levantar a receita — poderás poupar sem perder eficácia.
O Que Perguntar ao Farmacêutico
O farmacêutico é um aliado essencial no momento da escolha. Algumas perguntas úteis incluem:
Este medicamento tem versão genérica?
Qual é a diferença de preço entre o de marca e o genérico?
É exatamente igual em termos de eficácia?
Posso fazer a substituição sem nova receita?
Os farmacêuticos estão legalmente habilitados a sugerir medicamentos genéricos equivalentes à receita médica, exceto em casos específicos (ver secção seguinte).
Saber identificar um medicamento genérico é simples e permite escolhas mais económicas e conscientes. A atenção à embalagem, ao nome do princípio ativo e à conversa com o farmacêutico são os melhores aliados do consumidor informado
A Substituição por Genéricos nas Farmácias
Em Portugal, a dispensa de medicamentos genéricos é incentivada por políticas públicas que visam aumentar o acesso a medicamentos essenciais e reduzir os custos para o Estado e para os utentes. Mas como funciona, na prática, a substituição de um medicamento de marca por um genérico na farmácia?
O Que Diz a Legislação Portuguesa
Desde 2003, os farmacêuticos estão autorizados a substituir medicamentos de marca por genéricos equivalentes, desde que:
Exista um genérico aprovado com o mesmo princípio ativo, dose, forma e via de administração
A prescrição não indique expressamente “não substituir” (em casos clínicos justificados)
O utente consinta a substituição
Importante: A substituição não exige nova receita — o farmacêutico pode fazê-la diretamente, dentro dos critérios legais.
O Papel do Médico e do Farmacêutico
O médico deve informar o utente sobre a existência de genéricos e pode prescrever diretamente pelo nome do princípio ativo, favorecendo a escolha mais económica.
O farmacêutico tem a responsabilidade de:
Informar sobre a existência de alternativas genéricas
Garantir que a substituição é tecnicamente adequada
Respeitar a decisão do utente, desde que não haja contraindicação clínica
Esta colaboração entre médico, farmacêutico e utente visa promover o uso racional dos medicamentos.
Quando É Possível Recusar a Substituição
O utente pode recusar a substituição por um genérico, optando por continuar com o medicamento de marca, mas terá de:
Assumir a diferença de preço, caso o medicamento de marca tenha comparticipação inferior
Declarar essa recusa no momento da compra, conforme o regulamento da farmácia
Além disso, o médico pode assinalar na receita que não deve haver substituição, em casos como:
Doentes alérgicos a excipientes específicos
Situações clínicas em que a estabilidade terapêutica pode ser afetada
Tratamentos muito sensíveis à variação de absorção
A substituição por medicamentos genéricos é legal, segura e vantajosa para todos — desde que respeitados os critérios clínicos e o direito à informação. O diálogo entre médico, farmacêutico e utente é essencial para uma escolha consciente e adequada.
Genéricos em Portugal: Evolução, Adesão e Desafios
Portugal tem feito um percurso notável na adoção dos medicamentos genéricos, tanto do ponto de vista da legislação como da aceitação por parte dos profissionais de saúde e da população. Ainda assim, persistem alguns desafios culturais e informativos que impedem uma adesão total ao seu potencial.
Estatísticas Sobre Consumo de Genéricos em Portugal
De acordo com o Infarmed e outros relatórios europeus:
Mais de 50% dos medicamentos dispensados em ambulatório são genéricos
Em algumas áreas terapêuticas (como a hipertensão e o colesterol), a taxa de utilização ultrapassa os 70%
A poupança acumulada no SNS ultrapassa milhares de milhões de euros desde 2003
Portugal está acima da média europeia na utilização de genéricos, mas ainda abaixo de países como a Alemanha ou a Holanda
Esta evolução tem sido sustentada por campanhas públicas, incentivos à prescrição por DCI (denominação comum internacional) e alterações à legislação farmacêutica.
Barreiras Culturais e Desinformação
Apesar dos avanços, muitos utentes ainda têm resistência ao uso de genéricos, sobretudo:
Idosos, que estão mais habituados aos nomes de marca
Pessoas com baixa literacia em saúde, que confundem diferença de nome ou embalagem com “qualidade inferior”
Casos de informações imprecisas nas redes sociais que geram medo infundado
Estes fatores contribuem para uma percepção errada da eficácia dos genéricos.
Iniciativas Públicas para Promoção dos Genéricos
O Estado tem promovido várias medidas para reforçar a confiança nos genéricos:
Campanhas de sensibilização do Infarmed e do Ministério da Saúde
Incentivos à prescrição por princípio ativo nas receitas
Divulgação de listas atualizadas de medicamentos genéricos aprovados
Formação contínua de médicos e farmacêuticos sobre a bioequivalência
Estas medidas visam não só melhorar o acesso ao medicamento, mas também educar os utentes e reduzir desigualdades no sistema de saúde.
Portugal tem feito progressos consistentes na adoção de medicamentos genéricos. Mas, para atingir todo o seu potencial, é essencial continuar a investir em informação, literacia e confiança — pilares fundamentais de uma saúde pública acessível e sustentável.
📜 Citação Histórica
"A saúde é o bem mais valioso da vida, e o mais necessário para usufruir dos restantes."
Hippocrates (c. 460 a.C. – 370 a.C.)
Medicamentos Genéricos: Conclusão
Os medicamentos genéricos são muito mais do que uma versão económica dos medicamentos de marca — são um pilar essencial da saúde moderna, permitindo o acesso universal a tratamentos eficazes, seguros e comprovados.
Ao longo deste guia, vimos que os genéricos:
Contêm o mesmo princípio ativo e apresentam a mesma eficácia terapêutica que os medicamentos de referência;
Passam por rigorosos testes de qualidade e bioequivalência;
Ajudam a reduzir os custos com medicamentos, tanto para o utente como para o Serviço Nacional de Saúde;
São regulados, seguros e usados em todo o mundo por milhões de pessoas todos os dias.
Apesar disso, persistem mitos e desinformações que, com informação clara e acessível, podem ser ultrapassados. O diálogo com o médico e o farmacêutico é crucial para uma decisão consciente e confiante na escolha do tratamento.
Promover o uso responsável de medicamentos genéricos é, também, um ato de cidadania em saúde: contribui para a sustentabilidade do sistema, apoia o acesso equitativo aos cuidados e garante que a ciência continua ao serviço de todos.
Se gostaste deste artigo, aconselhamos a leitura dos nossos artigos sobre automedicação e Farmácia Online.
Assista ao vídeo sobre Medicamentos Genéricos👇
📚 Principais Referências sobre Medicamentos Genéricos
✅ INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde
✅ Organização Mundial da Saúde (OMS) – Relatório sobre medicamentos falsificados
✅ Drugs.com – Generic Drugs Information
✅ Mayo Clinic – Generic Drugs: Are They as Safe and Effective as Brand-Name Drugs?
✅ European Medicines Agency (EMA)
❓FAQs - Perguntas sobre Medicamentos Genéricos
O que são medicamentos genéricos?
São medicamentos que contêm o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica que um medicamento de referência, mas com preço mais acessível e sem marca comercial.
Os medicamentos genéricos são tão eficazes quanto os de marca?
Sim. Todos os genéricos têm de comprovar bioequivalência, ou seja, que têm o mesmo efeito terapêutico no organismo.
Porque é que os genéricos são mais baratos?
Porque não envolvem custos de investigação nem campanhas publicitárias dispendiosas. Além disso, há maior concorrência entre fabricantes.
É seguro trocar um medicamento de marca por um genérico?
Sim. Desde que a troca seja feita por um farmacêutico ou com orientação médica, a substituição é segura e legalmente regulada.
Os genéricos têm mais efeitos secundários?
Não. Como o princípio ativo é o mesmo, os efeitos secundários são equivalentes. Podem mudar alguns excipientes, mas isso raramente afeta a tolerância.
Todos os medicamentos têm versão genérica?
Não. Apenas os medicamentos com patente expirada podem ter versões genéricas. Alguns medicamentos mais recentes ainda não têm genéricos disponíveis.
Como sei se estou a tomar um medicamento genérico?
Verifica se o nome corresponde ao do princípio ativo, se a embalagem é simples e se o preço é inferior. O farmacêutico pode confirmar.
Posso recusar o genérico e pedir o de marca?
Sim. O utente pode optar pelo medicamento de marca, mas poderá ter de pagar a diferença de preço se o genérico for comparticipado de forma mais vantajosa.